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Tal qual uma matrioshka (boneca russa), vamos desvendando nossas porções. A cada novo tempo, uma nova aprendizagem. Agora é o momento de nos vermos como seres holísticos que têm: corpo, organismo, cognição (intelecto), inconsciente (desejo) e mente (consciência, espírito).

ANGELINI, Rossana Maia (2011)

“A falsa ciência cria os ateus, a verdadeira, faz o homem prostrar-se diante da divindade.”

VOLTAIRE (1694 -1778)

quarta-feira, 25 de maio de 2011

CONEXÕES: A doença nasce na alma e vai para o corpo.


Rossana Maia Angelini

            Cada parte do universo está em nós, em cada um de nós, portanto, somos o universo, estamos todos conectados. E o que nos conecta? A energia, essência da vida.
Vivemos num mundo material e também somos matéria. A matéria é formada por átomos – qualquer matéria (animal, vegetal, mineral) e um dos componentes essenciais à matéria é o átomo formado por prótons, nêutrons elétrons. Seu núcleo é formado por energia condensada. Logo tudo que existe no universo é feito de energia, desde a caneta com que escrevo, às estrelas, os grãos de areia, até nossos ossos... O mundo material é constituído por um conjunto de moléculas, ou seja, de átomos – que são energia condensada.
            O que significa, então, energia condensada? Energia significa força, potência, capacidade de realizar trabalho. Dessa forma, dentro de cada átomo (que nos forma) há energia e as partículas que o compõem vibram o tempo todo, estão em movimento. Se pudéssemos ver as coisas, as pessoas, em um nível macroscópico, veríamos pontos em vibração contínua, o que possibilita nossa materialidade.
Tudo é vibração - energia - nossos corpos, também, são feitos a partir da vibração de energia que emanamos constantemente. Somos pequenos pontos de moléculas em vibração coesa e contínua – o que nos dá a impressão da materialidade. Tudo no universo vibra, se movimenta em diferentes velocidades.
Hoje, a ciência contemporânea tem comprovado que a mente e o cérebro são independentes e que mesmo após a morte do cérebro, a mente continua a se manifestar. Compreendemos, também, que a mente tem a capacidade de alterar a matéria. Somos seres que pensam e os nossos pensamentos circulam por todo nosso corpo e fora dele. Logo, na teoria quântica que estuda o comportamento da matéria e da energia em nível subatômico, o pensamento é energia que pode transmitir para o cérebro físico vibrações de nossos impulsos, emoções e sentimentos positivos ou negativos.
Por meio de estudos, como os de IRMF – Imagens por Ressonância Magnética Funcional e EEGQ – Eletrencefalografia Quantitativa – que mede as correntes elétricas na superfície do escalpo – refletem os registros gráficos das ondas cerebrais, essas ondas podem ser estaticamente analisadas, traduzidas em números e depois reproduzidas como um mapa colorido. A partir desses estudos, já se sabe que muitas ondas de energia como a beta são típicas de forte atividade consciente e muitas ondas teta são típicas dos estados de meditação profunda. Ainda se sabe que o padrão de onda cerebral lenta (ondas teta) não é exclusivo da tradição cristã, foi encontrado em iogues hindus e monges budistas, portanto, parece ser uma característica de misticismo generalizada, ou seja, uma forma de conexão com o que nos transcende, com uma energia supramental.
Recentemente, cientistas conseguiram uma forma de fotografar o percurso do pensamento em três dimensões, como um holograma – tomografia por emissão de pósitron – conhecida como PET. Na tela se vê que a imagem formada a cada pensamento, se modifica. Daí compreendermos que, na Teoria Quântica, pensamento é igual energia que tem vibração, o que cria e materializa nossos pensamentos, o que cria, portanto, o mundo material.
Portanto, se apresento um pensamento distorcido, posso criar uma molécula distorcida – aqui pode se dar o início de uma doença. A doença, então, não nasce no corpo, como muitos cientistas materialistas acreditam, vem d’alma, de nossas emoções, pensamentos e se aloja no corpo, por um desarranjo molecular. Pensamento é energia em alto grau de velocidade e o pensamento está dentro e fora de nós – ele vibra com o universo. Daí conclui-se que a matéria gera energia que gera consciência.
Tudo dentro ou fora de nós, já que estamos todos conectados (somos um), depende do que valorizamos, cremos e pensamos. Somos seres de energia, portanto, podemos transformar, alterar a realidade – pois existe uma conexão entre pensamento e realidade. A cada dia, compreendemos mais e mais que nossos pensamentos criam o universo físico. Toda a ciência, tudo o que construímos nasce em nosso pensamento primeiro e daí concretizarmos no mundo físico. É fundamental que entendamos a importância e as implicações dessa energia em nossas vidas, ou seja, matéria=energia=consciência ou consciência=energia=matéria.
O pensamento atua e modifica todo o processo vibratório de energia dentro e fora daquele que pensa. Podemos dizer que o observador altera a coisa observada, sempre. Dessa forma, nossos pensamentos, nossos sentimentos, nossas emoções que são vibrações – criam um transtorno sobre a matéria em que são projetadas. Sendo assim, é necessário alinharmos pensamento/sentimento/emoção, para acessarmos o equilíbrio de nossos corpos.
Não podemos esquecer que a matéria é movida pela energia e a energia por nossa consciência. Nossa observação, nossa atenção e nossa consciência sobre nós mesmos têm a capacidade de interferir em nosso processo de desenvolvimento. Por isso, devemos ter cuidado com o que pensamos e pensar de forma positiva, é preciso positivar nossos pensamentos.
A atenção é a focalização da consciência que é a manifestação no mundo por meio da matéria; das situações, dos fatos – a consciência processa realidades – sob o foco da consciência, as coisas se concretizam. Nesse sentido, tudo o que determinamos por meio de nossos pensamentos, o universo conspira e realiza; pois a energia que usamos para isso obedece à informação do pensamento. Portanto, é preciso crer para ver, já que somos o que pensamos – temos não o que queremos, mas o que cremos. Assim, devemos cuidar, além de nossas ações, atitudes, de nossos pensamentos que geram a materialidade.
Hoje, já sabemos que a frequência energética mais alta é o Amor; pois ele impacta no ambiente de forma material – produz transformações no ambiente em que nos cerca e até mesmo em nosso DNA.  
Podemos compreender tudo isso do ponto de vista da ciência contemporânea, especialmente por meio da física quântica ou por meio das religiões (ocidentais e orientais) que o homem construiu ao longo dos séculos. Entretanto, uma coisa é certa, não é mais possível negar, que temos uma dimensão que nos conecta a algo muito maior de onde emanamos. Com certeza, uma energia tão positiva que irradia Amor. Logo, essa é a frequência com que devemos nos conectar para evoluirmos como seres humanos.
Esse é o momento de articularmos os saberes sejam eles científicos ou religiosos, porque tudo isso faz parte da condição humana, assim como ter um inconsciente. Esses saberes que nos compõem precisam ser divulgados e recuperados para darmos conta de uma vida melhor, nesse planeta, nesse momento. Somos todos aprendizes de um novo paradigma em que a vida é muito maior do que pensamos: somos mais do que a matéria e navegamos pelos tempos trocando aprendizagens.  Somos uma forma de energia que emana da Criação.


REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO


I Simpósio Internacional - Explorando as Fronteiras da Relação Mente-Cérebro – Brasil, setembro de 2010.
BEAUREGARD, Mario & O’LEARY. O cérebro espiritual – uma explicação neurocientífica para a existência da alma.Tradução: Alda Porto. - Rio de Janeiro: Best Seller, 2010.
GOSWAMI, Amit. O Médico Quântico – orientações de um físico para a saúde e a Cura. Tradução:Euclides L. Calloni, Cleusa M. Wosgrau. - São Paulo: Cultrix, 2006.
______________. O Ativista Quântico – princípios da física quântica para mudar o mundo e a nós mesmos.Tradução: Marcelo Borges. – São Paulo: Aleph, 2010.
MARTINS, Maria Aparecida. Primeira Lição – uma cartilha metafísica. São Paulo: Espaço Vida & Consciência, 1998.

domingo, 8 de maio de 2011

Autoria e Criatividade na Educação



Rossana Maia Angelini

         Para compreendermos porque falamos em autoria e criatividade na educação hoje, no século XXI, precisamos nos dar conta que estamos sob uma nova visão de mundo: o paradigma da Pós-Modernidade, que compreende o homem de forma holística, sistêmica. Para que a autoria seja desenvolvida, devemos trabalhar com a autonomia de pensamento do aprendente, a fim de que possa sair do lugar comum, buscar soluções criativas para os problemas que vier   enfrentar, que possa ousar e evitar uma grave doença: a da “normapatologia” – a doença da mesmice, e saltar para um movimento em que possa se redescobrir enquanto criador, empreendedor de novas idéias.
         A educação é essencial à construção desse processo. À medida que os grandes teóricos trouxeram suas novas pesquisas sobre o homem, o mundo, e seu desenvolvimento, não mais podemos nos deixar levar por uma ação, por uma práxis pedagógica descontextualizada. Piaget (1896-1980), psicólogo, no século XX, trouxe-nos grandes estudos acerca do desenvolvimento da criança, dentre eles, a pesquisa que resultou num livro: O juízo moral na criança (1977). Creio ser importante retomar esse estudo para compreendermos como desenvolver a autonomia na educação. Para o autor, a criança passa por um desenvolvimento moral: na fase da anomia, natural à criança pequena, não existem regras e normas, já no adulto, evidencia-se por aquele que não respeita as leis, as pessoas. Já na moralidade heterônoma, os deveres são impostos, tanto a criança ou adulto obedecem às regras por medo de ser punido. Quando há ausência de autoridade, prevalece a indisciplina. Na moralidade autônoma, tanto a criança como o adulto desenvolvem uma consciência ética sobre as relações. A responsabilidade pelas suas atitudes são eles mesmos, independe da autoridade de outro. Hoje, concebemos um processo educacional que deve levar a criança a deixar de seu egocentrismo natural nos primeiros anos de vida, anomia, caminhar para a heteronomia, até chegar, de forma natural, à construção de sua autonomia moral, intelectual. O objetivo central é o de uma educação pautada pela autonomia de pensamento e, que consequentemente, possa desenvolver autoria e criatividade.
Dessa forma, existe, hoje, em nossa sociedade a preocupação de construir a autonomia de pensamento, por meio de uma ética que considere o humano de forma holística, o que se tornará mais compreensível, quando aprendermos a nos colocar no lugar do outro, construir auto-respeito, respeito aos outros. Esse é o passo para o desenvolvimento da consciência.
         O sujeito que tem autonomia, tem capacidade de construir a autoria da vida e criar soluções inovadoras aos problemas que se apresentarem no percurso. Somente nos comprometendo e nos responsabilizando com o todo, teremos capacidade de melhorar o mundo. Buscamos construir, então, uma nova sociedade, em que todos estão interligados. A Física Quântica que trabalha com as menores partículas da molécula tem nos apresentado um novo mundo. Isso só foi possível porque os cientistas saíram do lugar comum, por meio de perguntas e de muita reflexão.
         É, portanto, a criatividade que nos move o tempo todo, por uma necessidade de adaptação. Albert Einsten (1879 – 1955), físico e humanista alemão – autor da Teoria da Relatividade – que revolucionou o mundo, dizia “A imaginação é mais importante que o conhecimento...” são as perguntas, as curiosidades que nos movem, as necessidades, a ousadia e, acima de tudo, a reflexão.
         A jornada do homem é longa, sempre que precisou se adaptar às condições do planeta, necessitou ousar, desenvolver cultura, criar artefatos, ferramentas que o ajudassem a lidar com a vida, sobreviver. Criou, dessa forma, tecnologia – ferramentas – que o auxiliassem a abrir novos caminhos, e não parou mais.
         Podemos dizer que foi com os mitos que o homem criou suas primeiras histórias para dar conta do inexplicável, como a morte, por exemplo. Há muito tempo, no período paleolítico (20.000 a 8.000 a. C.), o Homem de Neandertal, caçador, enterrava seus mortos em posição fetal e com alguns pertences, descoberta feita por arqueólogos, ao encontrarem cemitérios dessa época. Talvez, pensasse na vida pós-morte e para dar conta disso, criou histórias. O que quero dizer com tudo isso é que o homem é um ser de criação, de imaginação, um ser simbólico.
         Já caminhamos uma década do século XXI, a sociedade, o mundo mudou, não podemos mais conceber a educação como os escribas de 3.000 a. C., na Babilônia, quando criaram a escrita cuneiforme, cuja aprendizagem era baseada na transmissão, na repetição, na memorização, no castigo corporal. Temos que, finalmente, dar “o salto” e entendermos as novas ciências que têm colaborado para a compreensão da aprendizagem humana enquanto construção, interação, para que, então, desenvolvamos novas estratégias e metodologias adequadas a esse novo paradigma.
Se quisermos ver uma sociedade baseada na democracia, na sustentabilidade, todos terão de se envolver com a construção desse novo momento, e isso deve partir de uma consciência educacional pós-moderna, que tenha como fundamento a ética, a autonomia de pensamento, a responsabilidade pela vida, seja como for.
Referências Bibliográficas:
ANGELINI, Rossana Ap. V. Maia. O Processo Criador em Literatura Infantil. São Paulo: Ed. Letras e Letras, 1991.
PIAGET, Jean. O juízo moral na criança. São Paulo: Summus, 1994.
POZO, Juan Ignacio. Aprendizes e Mestres – A nova cultura da aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2008.
ARMSTRONG, Karen. Breve História do Mito. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.