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Tal qual uma matrioshka (boneca russa), vamos desvendando nossas porções. A cada novo tempo, uma nova aprendizagem. Agora é o momento de nos vermos como seres holísticos que têm: corpo, organismo, cognição (intelecto), inconsciente (desejo) e mente (consciência, espírito).

ANGELINI, Rossana Maia (2011)

“A falsa ciência cria os ateus, a verdadeira, faz o homem prostrar-se diante da divindade.”

VOLTAIRE (1694 -1778)

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

A FORÇA DA PALAVRA



 “Raça de víboras, maus como sois, como podeis dizer coisas boas? Por que a boca fala do que lhe transborda o coração. O homem de bem tira boas coisas de seu bom tesouro. O mau, porém, tira coisas más de seu mau tesouro. Eu vos digo: no dia do juízo os homens prestarão contas de toda palavra vã que tiverem proferido. É por tuas palavras que será justificado ou condenado.” (MATEUS – 12: 34-37)

A FORÇA DA PALAVRA

         A nova física já comprovou que tudo no universo é composto por moléculas, desde nossos corpos até as estrelas. Tudo é formado por átomos que contém em seu núcleo prótons, nêutrons e elétrons. Dentro dos átomos há energia que vibra. Logo, toda matéria é formada por pequenas moléculas que estão unidas em constante vibração. Dessa forma, temos a materialidade de tudo no universo – movido pela energia.
         Há algum tempo, o cientista e fotógrafo japonês, MASARU EMOTO, quis provar que a força da palavra pode alterar as moléculas da água – transformando seus cristais de acordo com os sentimentos, as emoções que emanamos por meio da vibração das palavras pronunciadas. Dito e feito! O cientista teve êxito em sua pesquisa e em 2007 comprovou que palavras que destilam raiva, ódio, temor, sentimentos negativos, tinham a capacidade de gerar energia negativa e transformar os cristais d’água em figuras distorcidas e feias; já as palavras que expressavam amor, bondade, beleza alteraram a estrutura molecular d’água formando belos Cristais. 
         Você já parou para pensar nas palavras que pronuncia e o quanto elas podem danificar sua saúde, sua realidade espiritual e material? As palavras nascem de nossos pensamentos que exalam vibração, é como uma onda que se desdobra em outras infinitas ondas ou como um eco que fica reverberando no universo. Imagine, então, o quanto de energia negativa fica ecoando no universo com todo mal que proferimos o tempo todo? E, ainda mais, quanta energia negativa, atraímos, quando entramos em sintonia com o negativo, com as baixas frequências: palavrões, agressões verbais, palavras desconstrutivas, que ofendem que causam dor e amargura? Essa energia expressa cria “coisas” para nós e para o universo, não nos damos conta, afundamos num lodaçal.
         Hoje, já sabemos que nosso corpo é composto por 70% de água, imagine-se, então, todos os dias pensando e falando mal de seu corpo – com certeza – você o deformará, adoecerá por conta da energia negativa que você dispensa o dia todo. Quando pensamos com raiva de alguém ou desejamos o mal para alguém, observe: a situação de ambos só se agrava e piora. Agora, imagine essa pessoa, com quem você não se dá bem, numa redoma de luz, sendo iluminada por bons pensamentos, com certeza, haverá uma mudança de energia para o bem de ambas.
         No entanto como é fácil cair na cilada do mal, das más palavras, de retribuir a pedra que nos foi jogada com tanto vigor, principalmente, quando essa pedra vem das relações familiares. Deveríamos aprender a contar até dez, antes de partirmos para o ataque, por mais ofendidos que tenhamos sido, porque o ataque verbal não tem fim, vira uma enxurrada de grosserias que tem por único propósito revidar a falta de amor com a mesma moeda. A lei de Talião entra em cena novamente, e novas pedras são lançadas quebrando e machucando os corações. Nesse momento, o melhor é respirar, não responder a essa desordem; pois o mal fomenta o embate, dessa forma, pode vencer e nos levar a trágicos desfechos.
         Precisamos nos preservar, ficar atentos se quisermos viver no Amor: “Uma palavra branda aplaca o furor, uma palavra dura excita a cólera. A língua dos sábios ornamenta a ciência, a boca dos imbecis transborda loucura. Em todo lugar estão os olhos do Senhor, observando os maus e os bons. A língua sã é uma árvore de vida, a língua perversa corta o coração.” (PROVÉRBIOS – 15: 1-3).
         Portanto, alinhar pensamento, emoção e sentimento de forma positiva e amorosa é fundamental para que possamos atrair coisas boas. Lembre-se você é o que pensa, o que fala, o que se materializa, porque antes das coisas acontecerem, você já as pensou. Procure se alinhar com o Amor, com a Luz para que sua vida possa fazer sentido e trilhar no caminho da Paz.

“Nenhuma palavra má saia da nossa boca, mas só a que for útil para a edificação, sempre que for possível, e benfazeja aos que ouvem. Não contristeis o Espírito de Deus, com o qual estais selados para o dia da Redenção. Toda amargura, ira, indignação, gritaria e calúnia sejam desterradas do meio de nós, bem como toda a malícia. Antes sede um com os outros bondosos e compassivos. Perdoai-nos uns aos outros, como também Deus nos perdoou em Cristo. (Efésios – 4: 29-32)
Rossana Maia Angelini


quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Será possível ver o outro como a nós mesmos? - Ode ao Amor



“Aliás, sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são os eleitos, segundo os seus desígnios. Os que Ele distinguiu de antemão, também os predestinou para serem conforme a imagem de seu filho, a fim de que este seja o primogênito entre uma multidão de irmãos. E aos que predestinou, também, os chamou, e aos que chamou, também, os justificou, também, os glorificou. Que diremos depois disso? Se Deus é por nós, quem será contra nós?”
(Carta de São Paulo aos Romanos – 8: 28-32)

Será possível ver o outro como a nós mesmos?
Ode ao Amor

Por que estamos aqui, nesse planeta com essa consciência e espírito?
Somos seres competitivos, agressivos, lutamos para vencer. Não compreendemos o outro e não toleramos suas diferenças. A vida, então, para ser vivida requer muito esforço, muita sabedoria e, acima de tudo, muita aprendizagem. Precisamos aprender tudo, e o outro é o nosso mestre nessa curta jornada. Sem ele não somos, não construímos nossa identidade, nosso percurso.
Aprender, portanto, requer o outro. Somos frutos do outro e nossa caminhada é com o outro que nos humaniza – por meio da aprendizagem. O outro é nossa matriz de aprendizagem, ensina-nos por sua modalidade. Assim, construímos nosso aprender, para que possamos enfrentar a vida. Posto que a vida é plena de enfrentamentos. Dessa forma, o outro deveria ser venerado, como a nós mesmos, como nosso irmão em carne e espírito, nosso espelho, aquele que deveria nos iluminar. Entretanto, não é isso que ocorre. O homem mata, devasta, corrompe, engana, maltrata, oprime, é perverso, faz guerra – tudo para a garantia de seu poder e de seu dinheiro, em consequência ativa sua arrogância, sua vaidade, sua mesquinhez espiritual, pior! – não se dá conta.
Então, nos questionamos sobre esse mundo em que vivemos, tantos homens diferentes, culturas, formas de pensar, filosofia, religiões, são muitos os aspectos que nos diferenciam. Sofremos de uma eterna “enfermidade espiritual”. Guerras vão e vêm e nada aprendemos, parece não ter fim tamanha dor humana. No entanto, em contrapartida há o bem, tão pouco divulgado e aclamado, parece ruir frente ao terror que se construiu, principalmente nessa sociedade pós-moderna que enfrenta a pior de todas as dores: a rejeição, a solidão, a depressão, a falta de amor. Freud já previra isso, nós apenas confirmamos e acentuamos tal profecia.
Afinal, já que somos seres materiais e espirituais, quem rege nosso espírito? Porque a matéria é regida pelo humano, e infelizmente, o humano não está dando conta de transformar esse planeta num lugar melhor, pelo contrário, cada vez mais, sentimos a iminência de uma nova guerra na porta de nossa casa. Novamente, a reflexão se coloca: espiritualmente quem somos nós?
A ciência tem-nos demonstrado, por meio da matéria, da sua formação atômica e de sua vibração que tudo no universo é energia em vibração. Tudo vibra na polaridade negativa e positiva. Quando entramos em sintonia com o que nega, com a falta de luz, temos as doenças, o mal-estar, o peso dos dias, as dificuldades, as dores; ao vibrarmos em sintonia com o positivo com a luz, tudo se ilumina e nossas vidas ganham um aroma de paz de amor. Ou seja, ao entrarmos em sintonia com o mundo, com as coisas do homem, nosso mundo se limita e se torna pesado; ao entrarmos em sintonia com o espírito nossa dimensão transcendental – parece se alargar, como se irradiasse uma força maior que nos move. Eis aqui a questão, estamos falando de força, de energia, de espírito, logo estamos também no terreno dual: força do bem e força do mal.
Quando pensamos na criação do mundo, do ponto de vista criacionista, está claro no Evangelho que a esse mundo foi precipitado o príncipe das trevas e regido, portanto, por um ser inferior que tem inveja da Luz e de todo Amor da criação divina. De fato, percebemos, sentimos essas forças atuando em nós, ao parar para sentir e procurar dentro de nós de onde vem a dor, a felicidade, o sofrimento e o amor. Por falta de amor, quantas tragédias, quanto ódio se plantou e se planta no mundo. Gerar amor é vibrar na direção da Luz, de uma vida plena de esperança e prosseguir na caminhada pela vida.
Qual será o segredo, então, para entrar no caminho do amor? Já que parece algo tão difícil dentro da condição humana em que vivemos? Gostaria de entrar por um caminho que não tem sido nada valorizado em nossa sociedade, aliás, é motivo de escárnio, de fraqueza e de toda dor humana: o amor! Não vamos falar de um amor apenas carnal, mas de um amor que envolve o espírito, que vai além do que conhecemos, transcende. E dentro da história de tantos amores que vivemos nesse planeta, não podemos deixar de compreender o maior de todos os amores por nós, um amor de mais de dois mil anos, que mudou a história do mundo e, ao mesmo tempo, nos dividiu, porque não sabemos o que é o amor, muito menos, o amor incondicional de alguém por nós: o Amor de Jesus!
O Amor incondicional de Jesus está cravado na história da humanidade, ao longo dos tempos, foi conhecido, negado por alguns e reconhecido por outros. Jesus foi o único ser que veio à Terra, com uma missão, nos salvar e nos redimir de tanta falta de amor; o único ser que veio como homem e que ressuscitou, que reapareceu e subiu aos céus pelo chamado de um Ser maior que a tudo criou. Porém; somos tão inferiores, nessa questão, que não compreendemos. Essa compreensão, muitas vezes, vem pelo conhecimento, pela ciência atual que tem nos aproximado de incógnitas sobre a vida e seus mistérios ou vem pela fé ou vem por um chamado.
O chamado de Deus é irrecusável, nos paralisa e nos põe de joelho perante sua fonte inesgotável de Amor. Esse Amor sentido, vivenciado não tem como não ser acolhido e proclamado, porque a vontade é sair pelos quatro cantos do mundo irradiando esse Amor, falar sobre Ele, ensinar sobre Ele, e o quanto Ele pode modificar as vidas: libertar, curar as feridas do corpo e do espírito, verdadeiramente! A sintonia com essa Luz, com essa Energia, com Deus é inigualável, ela permite a interação cósmica, ela permite a Força irradiada por um Espírito infinitamente de Amor e Bondade. Parece mágica! É a mágica de Deus.
Nesse sentido, a salvação para todos esses problemas está no Amor – o único caminho para nos salvar da dor que entorpece e suga nosso mundo. Como ser feliz vendo tanta miséria, tanto terror, tanta falta de amor?
O amor é o único caminho para reverter o mal. O amor gera uma energia de luz, abranda os corações e promove a infinita bondade, permite-nos olhar nos olhos do outro, profundamente e nos deparar conosco como num espelho espiritual. Faz-se emergencial deixar a lei de Talião: olho por olho, dente por dente, de lado, porque o mal gera mal, amarga o coração, reveste-nos de uma couraça de dor que nos impede de viver em paz. Não é fácil, para nós, pobres seres humanos que mal nos amamos, responder ao mal com amor. É extremamente difícil, o perdão é difícil, só é possível se estivermos guiados pela Luz da bondade infinita, da misericórdia, pela compreensão extrema de olhar o outro com fraternidade; pois o amor é o caminho para aniquilar o mal.
Geralmente, a falta de amor nasce de um abandono de uma rejeição, de um ódio transferido ao mundo e às pessoas mais próximas. O ciúme gera a inveja que gera o mal. Esse ciclo nos encapsula e nos impede de ver o outro como a nós mesmos. Para amar o outro, há de se investir no amor para consigo mesmo, perdoar-se, primeiramente, de pensamentos e atitudes que ofenderam outros e perdoar aqueles que nos ofenderam. O perdão possibilita a cura da alma, o que permite o resgate do ser. Perdão e diálogo, essa é a essência para a conquista de um sentimento pleno e iluminado. Sem o perdão, sem a misericórdia não há possibilidade de Amor. Coloque em ação essa possibilidade e tudo se transformará em sua vida e na vida daqueles que estão ao seu lado.
Se somos, verdadeiramente cristãos, temos de viver no amor de Cristo, o amor que Ele nos ensinou por meio de suas sagradas escrituras; pois somente Ele propicia a Força da compreensão e da Luz Divina por sermos guiados pelo Espírito Santo – quem cuida de nós e nos ampara, quando lhe rogamos seu fogo de amor e seus dons, a fim de nos libertar de uma vida tão rasa e mundana.
Jesus Cristo veio para nos salvar de nós mesmos, de nossa escuridão de alma, das trevas de nosso mundo, de nosso olhar impuro, de nosso viver amargo. A cruz em que Jesus Cristo morreu é a cruz que todos carregamos ao longo de nossas vidas. Viver em Jesus Cristo, viver com Cristo significa amar incondicionalmente, amar tudo e todos, apesar de todos os pesares. Como é difícil, porém não mais extremamente difícil do que foi para Jesus que derramou seu sangue na cruz, a fim de redimir os homens de seus pecados, de suas dores, de sua falta de amor. Jesus Cristo vem para nos ensinar a amar incondicionalmente e a perdoar com o espírito, para que possamos viver no caminho da Luz Divina e da Paz do Senhor.
O primeiro passo é amar-se e, para tanto, perdoar-se é essencial. Pedir perdão por tantos dissabores e pecados que construímos ao longo da vida. O mundo não é regido por Jesus Cristo e, sim, por entidades do mal, das trevas, para se chegar a Jesus Cristo é preciso encontrá-lo no silêncio do Espírito, a fim de que nos liberte dos grilhões da ignorância e da opressão. Dessa forma, o amor requer ser ensinado por meio da palavra sagrada, somente assim as futuras gerações poderão compreender a vida em Cristo, o porquê de ter morrido por nós e a necessidade de reencontrá-lo para redimensionar a vida em nosso planeta, o sistema perverso em que vivemos e que nos cega, exatamente porque sua ordem é das trevas, da opressão para o privilégio de uma minoria e a dor de milhares e milhares de seres humanos.
Descobrir o amor em Cristo é a chave para a humanidade se libertar, o que Jesus veio fazer: libertar o homem dele mesmo. É descobrir aquilo que a ciência tem apregoado: somos todos um, somos uma única só pessoa. Estar com Cristo é a mais plena alegria de subverter essa ordem capitalista selvagem que desumaniza e oprime, que implanta valores desnecessários, para que o capital continue girando continuamente, à custa de tanta miséria, dor e ignorância, frutos da loucura humana.
O amor de Cristo não se esgota, ele se renova continuamente em nossos pensamentos, em nossos corações, em nosso espírito. Sentir a Presença é uma dádiva, é o Encontro com o Sagrado que tudo ilumina e reencanta a fonte da vida. Entrar em sintonia com a Luz de Cristo é permitir-se sair da escuridão da vida regida pela frieza das leis dos homens. Conectar-se com a energia pura de amor é poder trilhar seguro na paz , em sintonia com um amor que nos transcende e nos vivifica por essas estradas tão pedregosas da vida que seguimos, quando nossos olhos estão entorpecidos.
Por isso ser tão fundamental alinhar pensamento, sentimento e emoção com o bem, com a generosidade, com a caridade, com o olhar de humildade sobre o outro que sou eu.
“Amar o próximo como a ti mesmo” – estamos todos conectados, somos uma única só pessoa. Temos uma profunda ligação química, física, emocional, espiritual. Somos todos um, como aponta a nova física. A dor de um é a dor do outro, a alegria de um é a alegria do outro, precisamos sair dessa letargia que nos envolve e buscar a clareza de nossa situação, para conhecermos nossa natureza que se alia a um Ser infinitamente Superior, envolvido por uma Luz de Amor Eterno. 
Precisamos nos dar a chance de viver o Amor, enquanto, ainda, podemos.

Queridos,
O meu chamado chegou. Estou aqui nesse momento, depois de um grande período de recolhimento, reflexão, vivências e sentimentos. As palavras que agora se depreendem de minhas mãos estão instaladas em meu espírito para compartilhar com vocês, um pouco do que tenho aprendido, nessa nova caminhada. Deus nos abençoe!

sexta-feira, 18 de maio de 2012

PRESENÇA



           Rossana Maia Angelini

Foi pela razão que confirmei a mais sublime fé.

Como é difícil colocar em palavras a Presença. Muitas vezes, ela brota em lágrimas do mais puro Amor e Encantamento com Algo que nos transcende. Nesse momento, a tudo supera, tudo se apaga como só existisse uma força de Amor que magnetiza e que envolve o coração, de tal maneira, que não há como não sentir tal egrégora de Luz e de Amor. Fica tudo tão Iluminado e tão Forte que não há palavras, não há gestos, a não ser a gratidão de poder receber tanto Amor.
De fato, não tem como não se dobrar a esse Amor que emana. E quanto mais me aproximo, mais me sinto ligada a essa Força que, de tão plena, me faz querer ficar, cada vez mais, perto desse Espírito. Encher-me de tão Gloriosa Energia. Foi pela razão que confirmei a mais sublime Fé. Há chegado o momento de buscarmos a Luz que nos move para o Amor e para a mais delicada forma de viver: o amor incondicional. Estamos para aprender e, assim, vamos caminhar, até encontrar o verdadeiro sentido da vida, sua sutileza. Estou envolvida em Teus mistérios.
Caminhei muito até chegar aqui, nesse plano, nessa condição. Quando o coração apertou demais, quase estrangulando todos os conceitos, toda a vida que construí, um chamado (agora entendo) aconteceu. Precisei aquietar meu coração, e lá na Igreja – onde as pessoas se encontram para se conectar com Algo muito maior – fui totalmente encapsulada pelas palavras de Jesus, na Bíblia. Era o que faltava para aprender que tudo está em nós, nossa vida, nossa morte, nossa alegria, nosso sofrimento, nossa dor, nossa cura, nossa eternidade. Tudo está em nós! Desde que saibamos e creiamos em Uma Energia Maior – Deus – de quem emanamos e voltamos, quando estivermos prontos. Estar pronto aqui é amar com o mais puro amor a tudo que nos cerca. Isso demanda tempo, idas e vindas em novas vidas para aprender.
Estamos num momento muito delicado. A Verdade é soberana e os chamados são muitos para que possamos ver além da ilusão da materialidade, em que nos mergulhamos. Deixamos de olhar para dentro, para o sublime de nossa vida espiritual, de nossa consciência. As dores e os sofrimentos são os frutos que estamos colhendo por nos afastarmos tanto de uma Conexão Divina – a nossa essência espiritual. Precisamos rever nossos valores, rever nossas necessidades e darmos um passo à frente onde a chave é a Conexão com Deus (Consciência Supramental; Energia de Luz).
Estou há muito tempo buscando compreender essa Presença que me tira do eixo. Uma das formas que encontrei foi o caminho da pesquisa, da ciência, e como aprendi! Aprendi que os cientistas abertos são seres avançados que vêm para iluminar nossos caminhos, são Anjos que nos guiam para podermos alcançar a Verdade. O conhecimento é revelado aos poucos. E como a ciência tem buscado! Por que o maior desafio é responder: quem somos nós? A que viemos? Para onde vamos? Os esforços são muitos e as aproximações dos conhecimentos entre as várias ciências, religiões e seitas são tantas que já não é possível refutar a existência de uma Consciência Maior e de vários níveis de consciência interagindo em todo o universo; pois somos ainda crianças nesse estágio planetário, filhos difíceis em aceitar, em encontrar, em se conectar com a Luz. Somos, sim, seres espirituais numa experiência corpórea. A consciência é anterior à matéria. E tudo está antes na consciência para depois se materializar. Então como não crer?
Hoje, dobro-me, ao Pai, não há mais como não entender! Às vezes, as lambadas da vida vêm para nos fazer acordar, e buscar, e acreditar na providência divina de onde tudo emana e de onde vem nosso poder de amar, de curar, de reverter processos, desde que estejamos conectados a essa Energia de Luz (Deus, Pai Todo Poderoso). Somos divinos com a Divindade. É tudo muito simples, a própria ciência contemporânea tem nos dado evidências  de uma CONSCIÊNCIA SUPRAMENTAL (Deus) – onde estamos todos conectados.
Compreendo, agora, as antigas religiões, o quanto nos ensinaram, para que, por meio da ciência, pudéssemos encontrar a Verdade sobre nós. Creio que a síntese está cada vez mais próxima: Religião e Ciência caminhando para um único objetivo sobre quem somos nós. A razão e a fé estão dando as mãos, para que tudo seja revelado; pois já estamos num tempo de redimensionar a vida em todos os seus aspectos, antes que a maldade, a dor, a angústia, o temor, o pânico sejam senhores de nossas vidas. Invocar e se conectar a uma CONSCIÊNCIA Integradora é o único caminho que temos para viver uma vida melhor, centrada na comunhão com os demais e com a vida em todos os planos.
Torna-se essencial assumirmos o novo paradigma: “A mente, a consciência atua fora do cérebro” – o que já está mais do que provado. Cabe-nos, então, entender que somos seres espirituais vivendo em uma experiência corpórea, pois nossa energia muito adensada pelas questões da própria materialidade, individualiza-nos, nesse plano, e nos faz viver para aprender a Amar,e quanto mais amarmos, formos mais solidários, servirmos com o mais puro Amor, estaremos lapidando nossa essência e, com certeza, estaremos no caminho da expansão de nossa consciência, o que nos elevará para outros planos, dentro de novas constituições corpóreas, menos densas, até nos encontrarmos com o Divino, com uma essência de plena LUZ.
Cheguei a um ponto quase impossível de separar os conhecimentos: fé e razão, porque todos eles fazem parte de um único plano, o de aceitarmos nossa essência espiritual e caminhar, por meio da aprendizagem do amor, para  uma Energia Essencial de onde tudo emana. Há de chegar o tempo que venceremos essa condição tão desigual e opressora. Estamos no caminho, não há volta, precisamos refletir e escolher qual será o próximo passo; pois estamos todos comprometidos. Precisamos aprender a estudar, a ser curiosos, a buscar respostas, a dedicar momentos para nossa Conexão, a iluminar os caminhos de quem passa por nós, a nos comprometermos com nossa eternidade, a partir do que tecemos aqui. Precisamos parar de cultuar uma vida de ilusão fundada na matéria, unicamente. Somos muito mais do que tudo isso a que nos submetemos, basta aprendermos a nos conectar com Deus.
Que todos possam encontrar a LUZ que nos guia e que Ilumina nossos caminhos, eternamente!
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sexta-feira, 4 de maio de 2012

Mudança de Paradigma – A Síntese Rossana Maia Angelini


  
Estamos num momento de transição de valores essenciais a uma vida plena de Luz, paz e amor. Todas as religiões clamam por isso, bem como todos os conhecimentos construídos, nas mais várias áreas da ciência. Tudo que se cria visa melhorar a nossa condição de vida. No entanto, tudo que criamos, também serve para o mal. Precisamos compreender a condição humana do ponto de vista das religiões e da nova ciência, a fim de que possamos fazer a síntese sobre: quem somos nós?

Quero iniciar esse texto a partir de algumas perguntas, para que possamos compreender a emergência de um novo paradigma:
Por que consumismo tanto? Por que acumulamos tantas coisas desnecessárias? Por que maltratamos o ambiente em que vivemos? Por que os governos não resolvem as questões da miséria (intelectual e cultural) das pessoas? Por que há tanta pobreza? Por que há uma distribuição de renda injusta? Por que o dinheiro arrecadado pelos impostos não revertem para as necessidades básicas das pessoas: saúde, educação, transporte e segurança de qualidade? Por que somos tão egoístas e competitivos? Por que a perversa diferença de classes? Por que tanta exclusão sobre o que nos é diferente (cultura, religião, sexo, etnia, raça, etc.). Por que tanta injustiça?
Creio que ainda faltam inúmeras perguntas. Faltam, também, respostas fundamentadas em algum paradigma para que se possa responder. Cada vez mais, nos desumanizamos e nos esquecemos de quem somos nós nesse mundo. Muitos nunca se perguntaram, e me parece que o intuito é esse mesmo: não se perguntar sobre quem somos nós, a que viemos?
Bem, ainda tenho algumas perguntas, como: Por que hoje se fala em ecossistema, em cuidar do planeta? Por que se fala em Ecologia, em Sustentabilidade? Por que se fala em incluir os diferentes? Por que se fala em humanizar as relações? Por que se fala de cidadania? Por que se fala tanto em ética?  E tantas outras perguntas...
Está mais do que na hora de colocarmos em ação o novo paradigma que nasce das novas descobertas científicas. Hoje já sabemos, depois de muitas pesquisas realizadas, que a mente (consciência) funciona fora do cérebro, ainda levamos em conta uma série de fenômenos que não podem ser explicados pela ciência materialista. Temos uma consciência que vai além do corpo, da matéria. Nesse sentido, não somos seres materiais, somos seres que têm uma consciência que nos transcende. Somos seres espirituais. Emanamos de uma consciência supramental e nos individualizamos de acordo com a vibração de nossa consciência, quanto mais adensada nossa consciência, mais materializados somos, e, portanto, ocupamos lugares (planos) diferentes no universo, por conta do adensamento de nossa consciência. Quando relaxamos nossa consciência e entramos numa vibração de baixa frequência, podemos expandi-la e isso possibilita sair da matéria. Somos, portanto, seres espirituais numa experiência corpórea; e nossa eternidade depende de nossa efemeridade, ou seja, somos seres espirituais navegando por diferentes vidas, cujo objetivo é aprender o amor incondicional, mas, para tanto, precisamos estar conectados com uma consciência Supramental, para que possamos reabastecer nossa energia espiritual com as forças da Luz. Quanto mais nos aproximamos do amor incondicional, mais, vamos nos espiritualizando, para renascermos em mundos mais iluminados, menos densos, menos materiais. Quando nos desconectamos de uma energia Maior ou de Uma Consciência Supramental (Deus) que é a fonte de toda a Luz do universo, ficamos no plano do adensamento da consciência, ou seja, nossa aprendizagem torna-se lenta e, portanto, teremos que caminhar por esse plano (material), várias e várias vezes, até aprendermos a importância do Amor Divino (amar o próximo como a ti mesmo); pois somos todos Um. Emanamos de uma fonte de Energia que a todos nos conecta, nos mais diferentes planos. Logo, para não cairmos na “roda da reencarnação” e viver vidas e vidas, sem sentido, precisamos buscar a compreensão e a importância de pôr em prática uma vida voltada ao bem de todos. Nossa missão é servir.
A nova ciência já descobriu todo esse processo, o que as antigas e novas religiões apontam, hoje: A consciência é anterior à matéria. Somos seres espirituais em uma experiência corpórea. Esse é um momento de transição, por isso, já não é mais possível segurar, esconder tal conhecimento, é preciso explicá-lo, expandi-lo, para que as pessoas no mundo compreendam sua verdadeira natureza e possam redimensionar suas ações, atitudes e relações. Cabe à Educação se rever dentro desse novo paradigma, para que possamos mudar todo esse sistema materialista, acima de tudo, tão perverso. O sistema social, político e econômico mundial precisa se rever, dentro dessa nova abordagem, para não retardar nossa evolução no planeta. Faz-se urgente buscar os novos conhecimentos, para que o mundo como um todo possa se beneficiar das novas implicações filosóficas que a ciência contemporânea nos traz.
Vivemos sob um sistema extremamente materialista, torna-se urgente mudarmos essa concepção, para que a vida se torne menos depressiva, angustiante, suicida e tão adoecida. Todo aquele que buscar essa compreensão torna-se responsável, para ativar esses conhecimentos e fazer a síntese entre as religiões e a ciência. Essa síntese é fundamental, para que possamos avançar, evoluir, nesse plano, e transformarmos esse “vale de lágrimas” um plano menos denso, mais espiritualizado, a fim de que possamos encurtar o caminho do sofrimento, para vivermos uma vida plena.

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quarta-feira, 25 de abril de 2012

Psicobiofísica, noética, filosofia e espiritualidade - a Síntese



A ciência precisa mudar de paradigma para compreender fenômenos que não damos conta de explicar cientificamente. Dizer que fenômenos extrassensoriais não existem, já não é mais possível, porque não podem ser comprovados pela ciência materialista, ainda presa a uma concepção mecanicista do universo, estabelecida por Isaac Newton e seus antecessores.
Muitas pesquisas têm sido realizadas para dar conta sobre o funcionamento da mente, se a mente (consciência) funciona fora do cérebro, ou seja, de forma independente de uma parte orgânica de nosso corpo. Hoje, temos comprovações de que a mente atua fora do cérebro, de forma independente, como se não precisasse de um corpo biológico para atuar. Temos experiências de telepatia, como uma mente se correlacionando a outra, o estado místico, o de uma consciência se conectando a uma consciência maior, como os iogues ou freiras em meditação profunda, conexões mentais entre pessoas.
Será tudo ilusão, coincidência, loucura, já não podemos interpretar,  dessa forma. Ainda, temos experimentos em que a consciência altera a matéria, como a estrutura molecular da água, o DNA, curas, enfim, os mais diversos fenômenos em atuação. Isso tudo nos leva a crer que está mais do que na hora da ciência e de toda sociedade compreender que há algo fora de nós que nos conecta e nos dá a possibilidade de rever a nossa condição humana e a própria vida. Temos de ser humildes e aceitar a multidisciplinaridade de conhecimentos que foram desenvolvidos, articulá-los para a compreensão do todo que somos. Somos tudo e todos, por isso precisamos alargar nossa mente, expandi-la para entender quem somos nós.
As religiões – todas – há muito vêm nos mostrando que há algo que nos liga e que nos conecta, desde as religiões orientais mais antigas até as mais modernas. Não dá para considerar os fenômenos extrassensoriais como frutos de nosso cérebro apenas ou como uma grande ilusão por nos sentirmos desamparados. A filosofia grega platônica, também, já nos falava de algo a mais, de vidas após a morte, da reencanação. Por quê? Desde o século XX, temos a nova Física – a Física Quântica nos dando mostras, por meio de experimentos científicos, contribuições essenciais a respeito da natureza última da matéria. Tudo no universo é composto por átomos, moléculas e partículas. Os elétrons é uma delas; o detalhe é que não fica preso ao núcleo do átomo, dá saltos, sai do lugar, para onde e como vai, ainda, não sabemos. Apenas sabemos que reaparece num outro lugar (os saltos quânticos) e que se correlaciona com outros elétrons distantes, há momentos, também, que funciona como onda, ora como partícula, seriam ondículas. E, gostemos ou não, trocamos elétrons com tudo e todos a todo tempo, até com as estrelas. Os átomos são energia condensada e as moléculas que compõem tudo no universo é energia em alta vibração. Logo, nossos pensamentos também funcionam como energia e emanamos para onde quisermos. Pensem nos grupos de oração. Com certeza, é uma concentração de Energia emanada de várias consciências para outra ou mais consciências, não importando a distância. As consciências se comunicam, atuam, transformam, alteram tal como o elétron que se correlaciona.
Estamos no primado da CONSCIÊNCIA. Na verdade, TUDO é consciência – ENERGIA em alta, média ou baixa frequência – basta adequá-la ao nosso propósito. Podemos até dizer que a consciência tem a dinâmica da atuação dos elétrons. Alguns físicos quânticos já apontam a consciência como a essência da ciência e outros, como uma quinta partícula, funcionando tal como o elétron, uma consciência quântica. A consciência, assim, é vista como um campo de energia que se estende até o infinito e pode ser tratada como uma dualidade onda–partícula. Pela confirmação de várias experiências, isso de fato ocorre.
Então, creio que chegou a hora de darmos as mãos e avançarmos em nossos conhecimentos, não desprezando mais a CONSCIÊNCIA como integradora de todas as nossas ações e atitudes por todas as vidas que temos construído ao longo de um tempo e espaço não definido. É certo que, quando compreendermos, de fato, essa mudança de paradigma, os conceitos e valores serão redimensionados e passaremos a pôr foco naquilo que realmente é importante para nós – a nossa evolução enquanto seres eternos que têm a missão de tornar a vida melhor nas esferas em que estivermos atuando. Por isso, cada novo conhecimento é fundamental para o plano, espaço e tempo em que nos comprometemos em viver, para que a vida possa seguir seu percurso, evoluir para o bem e para uma consciência Suprema que a todos nos conecta.
Estamos para servir e evoluir, portanto – precisamos ativar, repartir esses conhecimentos, a fim de que possamos dar um salto na qualidade de nossas relações tão mal construídas nesses últimos tempos. Já passamos do “Mal-estar na civilização” de Freud, estamos na era da depressão, do consumo desenfreado e da alma perdida em meio a tantas ilusões: ter ao invés de ser. Somos responsáveis por nossa vida e por todas as vidas com que nos comprometemos. Precisamos crescer e espalhar o amor. Nossa consciência precisa se conectar com energias mais elaboradas, para que possamos evitar o nosso sofrimento psicobiofísicoespiritual nesse plano de nossas vidas e carregado para outras vidas. Essa é a essência. Vamos ativar esses conhecimentos, por meio deles revisar os conceitos das antigas escrituras, dos livros sagrados (ciências de suas épocas), discutindo-os dentro de uma ótica da nova ciência.
Na verdade, chegamos a conclusões de que tudo está antes da matéria. A consciência é anterior à matéria, por isso precisamos dar conta dessa consciência que nos individualiza enquanto seres humanos, nesse plano, cujo único motivo é ter uma vida menos dolorida. Somos todos responsáveis, não podemos aniquilar a vida nem essa morada. Nossa consciência eterna precisa encontrar a sabedoria, para que saibamos viver, compartilhar e cooperar, porque carregamos todas as marcas nessa consciência não importa a vida que estejamos vivendo, sendo que cada vida é um novo aprendizado, para nos levar a um único caminho: o amor incondicional. É isso que a ciência precisa provar, nada mais!!
A lógica disso tudo: colocar a consciência como essência de todos os processos e compreendermos que temos uma consciência quântica regendo o universo. Se a consciência é suprema e atua fora do corpo, podemos entender que a consciência existe fora de um corpo biológico, quando num estado mais adensado. E, por existir fora de um corpo, pode existir em outros campos, com outras formas químicas. Ainda, compreendemos que todas as consciências estão em nós, porque emanamos de uma consciência Supramental, logo nos conectamos a todas elas em espaço e tempo não locais. Quando a consciência adensa mais, ou seja, vibra com mais frequência, possibilita a nossa individualidade, ao se tornar mais relaxada – expande – sai da caixa (cérebro), do corpo, e a consciência expandida funciona fora do corpo, esse é o trabalho dos yogues (em meditação), na filosofia oriental, por exemplo. Por essa teoria, poderemos explicar a nossa condição humana – somos um EGO eterno que viaja vida após vida, cujo intuito é se aprimorar até chegar ao amor incondicional, dessa forma, podemos explicar os fenômenos espirituais e, também, as consciências em outros planos de vida.
Parece ser tudo muito simples, o mais interessante é que muito da filosofia antiga e das religiões antigas tinham base científica e anteciparam as descobertas da ciência moderna ocidental, daí ser fundamental articular os mais diversos conhecimentos, porque todos eles têm um claro objetivo: a compreensão de nossa condição humana. Vamos enumerar algumas descobertas que nos têm levado a essas novas descobertas, como:
·        Comprovação de benefícios obtidos por doentes que praticavam a meditação transcendental ou recebiam terapêuticas que incluíam a autossugestão, a visualização e a hipnose.
·        Aumento da sobrevida de pacientes com câncer ao participarem de grupos de apoio psicológico.
·        As plantas têm uma espécie de consciência que responde a estímulos ambientais bem como aos pensamentos humanos.
·        Outros experimentos acusaram uma capacidade de leucócitos retirados de doadores e mantidos separados em laboratório de responderem da mesma forma que seus doadores que eram submetidos a estímulos definidos, sugerindo a existência de um elo invisível entre ambos, numa forma de biocomunicação à distância em nível celular que foi atestada para outros tecidos e organismos.
Esses são apenas alguns dos experimentos realizados, há muito mais em nossas pesquisas. Fica cada vez mais difícil refutar tais comprovações científicas. Precisamos desenvolver, portanto, um pensamento sistêmico que nos possibilite a ampliação de nossa consciência individual e Supramental. É chegado o tempo de viver esse novo paradigma e resgatarmos valores éticos pela vida, seja ela quem for, como for. A educação é a grande responsável para essa mudança de paradigma. O primeiro caminho é trabalhar dentro de um pensamento sistêmico, multidisciplinar que considere o humano. Como nos aponta Stephanie Marshal, a proposta não é mais “o que você aprendeu hoje?”, mas “como você aprendeu hoje, e de que maneira isso afetou você?”, fazendo que nasçam “histórias de vida e de aprendizados mais profundas, mais transcendentes e mais capacitantes.”
Para tanto, urge uma nova consciência político-econômica-social global, a fim de que as questões do mundo sejam tratadas de forma multicultural e colaborativa. Somente quando abraçarmos o novo conhecimento e colocá-lo em ação, poderemos fazer as mudanças necessárias.
Precisamos reaprender a pensar além da matéria e compreendermos que somos CONSCIÊNCIA eterna, nossa finalidade: viver em diferentes planos da consciência, para que possamos aprender a amar, a servir e a evoluir com o Todo. O maior propósito desses conhecimentos é evitar uma grande catástrofe no mundo Terra por nossa ignorância sobre nossa condição. O grande desafio: ativar esse paradigma; agir dentro desse novo paradigma. Precisamos descobrir o real propósito da vida. O pensamento sistêmico e o conhecimento multidisciplinar têm nos facilitado esse percurso. Cada um dentro de seu projeto de vida é responsável por alargar esse conhecimento e modificar suas relações no presente, porque elas ecoarão pela eternidade.
                                                                             Rossana Maia Angelini                                                                                           (Abril/2012)
REFERENCIAIS BIBLIOGRÁFICOS:
FONSECA, Laércio. Física Quântica e Espiritualidade.
GOSWAMI, Amit. O Universo Autoconsciente. Rio de Janeiro: Ed. Rosa dos Tempos, 2001.
GOSWAMI, Amit. Ativismo Quântico. São Paulo: Ed. Aleph, 2010.
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domingo, 25 de março de 2012

Primeiro Encontro do Atelier

O Atelier tem o compromisso de apresentar o novo paradigma e as ciências contemporâneas que têm possibilitado uma nova compreensão da vida e do mundo. O primeiro encontro foi fundamental, para que as pessoas possam repensar a vida e suas relações, a partir de novas possibilidades. Com certeza, reapresentaremos esse primeiro tema - A Arte de Bem Viver - um sucesso! Agradecemos a participação e colaboração de todos.

Rossana Maia Angelini 

quinta-feira, 1 de março de 2012

ENCONTROS DE ARTE

ENCONTROS DE ARTE                                                   
ATELIER DE FORMAÇÃO
Venha aprender do seu jeito!                    

Nós, do Atelier de Formação, preparamos para você uma série de palestras que o levarão a refletir sobre a arte de ser, por meio dos Encontros: A Arte de Ser. E, como um artista, aos poucos, dentro do seu ritmo vai construindo sua obra. Assim, esperamos sensibilizar você, para que, também, nesse período, possa encontrar uma maneira ainda melhor de bem viver. E, para tanto, vamos passar por diferentes temas ao longo desse semestre. Essa é a maneira pela qual ajudaremos você, participante, a descobrir como aprende, escolhe, relaciona-se, como escolhe viver, como escolhe o que inclui em seu dia a dia.

Os Encontros - A Arte de Ser - tratam da nossa responsabilidade por tudo aquilo que nos chega o que compreendemos como escolhas de vida.

A cada encontro um tema novo, um novo convite a reflexão. A cada encontro uma possibilidade de redescobrir-se e, por que não, escolher de novo? Ou melhor, escolher o novo!

Participe. Peça mais informações pelo e-mail ipdp@uol.com.br. ou:

Rossana Maia Angelini                                            Sandra Maia
Sócia Fundadora                                                 Sócia Fundadora
Tel.(11) 9960.7229                                         Tel. (11) 8175.9446
ipdp@uol.com.br                                            

Veja a seguir nossa programação:



24 DE MARÇO
14h às 18h
Investimento – R$ 200,

A ARTE DE BEM VIVER:

O Paradigma da Pós-Modernidade e suas implicações para o nosso bem viver.
Rossana Maia Angelini

Refletir, questionar, filosofar, venha conosco construir a base de um novo viver. Uma nova forma de interagir com o meio. Nosso objetivo é propiciar uma reflexão sobre as nossas relações interpessoais, para a construção do novo paradigma e de uma nova maneira de interagirmos com a vida, de forma mais leve. Para tanto, vamos caminhar por alguns pensadores: Freud (psicanálise); Goswami (física quântica); Ferry (filosofia).

A Arte de Viver, O Manual Clássico da virtude, felicidade e eficácia.
Sandra Maia

Refletir sobre as questões do bem viver, da felicidade, das escolhas de vida contribui, sobremaneira, para expansão da consciência e para a transformação do Ser. Afinal, como afirma Epicteto: “o primeiro passo para viver com sabedoria é renunciar à vaidade”. Nesse sentido, trabalhar a humildade, a contemplação do mundo com olhos compassivos e amorosos, a vida, sem arrogância e, com a consciência de sua finitude, nos faz mais e melhor. Esse é objetivo do nosso Encontro. Levar a você como aprender essa Arte que tanto impacta nossa verdade. Para tanto, vamos caminhar por alguns pensadores: Epicteto (filosofo), Erich Fromm (filosofo); Rogers (filosofo); Bauman (filósofo)

domingo, 29 de janeiro de 2012

Misticismo, Religião, Ciência e Espiritualidade: A busca pela síntese.


Vivemos num sistema em que impera o poder, a submissão, a exploração, a falta de conhecimento e a curiosidade embotada, por conta de um consumismo desvairado e sem sentido, num tempo em que a essência do humano escapa, se esvai e nos coisificamos. Tudo é feito de uma maneira, para que não possamos pensar em nossa essência humana, para que deixemos de nos preocupar com o conhecimento sobre nós. Corremos muito, a todo tempo, porque o sistema capitalista não pode deixar de gerar ilusões de consumo, para os grandes privilégios de alguns. Será? E, assim, todos correm freneticamente atrás do ter poder, ter dinheiro, ter, apenas.
Falta encontrar a dimensão real de quem somos nós, navegando por esse mundo que construímos, se partirmos do paradigma que somos seres espirituais, teremos que dar conta dessa porção que nos conecta com o que transcende, algo que está além de nós, que percebemos pelos fenômenos que ocorrem e não sabemos explicar cientificamente.
Há muitos séculos, a filosofia e a religião têm buscado essa compreensão, a primeira por meio do logus, a segunda por meio da fé. Quantas religiões, quantas filosofias e nada parece preencher o buraco que tem nos feito buscar o sentido disso tudo, da vida, do quem somos nós. A partir da segunda metade do século XX, tivemos o privilégio de alargar essa compreensão, a Física Quântica e algumas ciências contemporâneas, não positivistas, têm procurado responder a essas questões e algumas respostas vão de encontro a saberes de antigas religiões, de antigas filosofias. Parece-me que os saberes estão se conectando e, somente por meio desse encontro, poderemos compreender melhor nossa essência.
Fenômenos inexplicáveis ocorrem a todo tempo em diferentes lugares do mundo, muitos deles não compreendidos pela ciência materialista. Como explicar Chico Xavier, Padre Pio e tantos outros homens que, por meio de sua sensibilidade extrassensorial, ampliaram nossa compreensão de mundo: ver, sentir, ouvir, além da matéria? O que fazer? Negar a existência desses fenômenos e acreditar que tudo é fruto de alucinação ou efeitos do cérebro? Muitos psicanalistas e filósofos mataram Deus? No entanto que Deus eles mataram? O das religiões construídas, durante todos esses séculos? Como respondem ao que nos transcende? Estamos, sim, vivendo a busca de um novo humanismo, uma nova face sobre o encontro com o outro – o sagrado. Esse é um grande passo, vejo, portanto, a dimensão ética entrando em cena, mas ainda falta. Falta explicar coisas que ocorrem e que não compreendemos nesse mundo material, então, será tudo fruto de cérebros perturbados, doentes ou há, de fato, algo a mais? Ainda não crescemos, é preferível abafar esses fenômenos, tornando-os objeto da religião ou da loucura. Por que, ainda, não integramos tais conhecimentos para dar conta de uma explicação mais aprofundada sobre nós. Devemos caminhar para um conhecimento mais alargado, sim, para que haja uma expansão maior de nossa mente e possamos interligar o que está solto, talvez, o elo perdido. As ciências, em geral, precisariam se repensar e se articularem às religiões, para que a essência fosse trazida à tona. Será que os homens da religião querem isso? Será que os cientistas materialistas querem isso? Somos apenas matéria? Um dia morreremos e nossos corpos virarão pó? Somos seres espirituais? Carregamos nesse corpo material um espírito que nos conecta a algo maior ou não? Somos seres espirituais em uma experiência corpórea? Qual o objetivo, então, disso tudo? Aprender, elevar o espírito e a humanidade como um todo? Qual o objetivo? Por que Platão acreditava em reencarnação? Por que muitas religiões acreditam em reencarnação? Outras em ressurreição? Haverá algo a mais, de fato? E a paranormalidade – como explicar esse evento? E os outros tantos fenômenos que ocorrem; clarividência, sensitivos, etc...
Por isso tudo, fica tão difícil compreender o homem por um único e frágil ponto de vista: ou só psicanalítico, ou só neurológico, ou só religioso, ou só filosófico. O que nos falta é uma visão, de fato, mais alargada que possibilite pensar de forma espiral e não mais linear, especificamente; o quanto isso é difícil para muitas pessoas, inclusive cientistas, religiosos e grandes intelectuais. Creio que esse é o melhor exercício intelectual que um pesquisador pode fazer: ampliar suas conexões e articular os conhecimentos, para dar conta de uma compreensão mais alargada do quem somos nós. Somente, dessa forma, poderemos dar o salto e viver um novo paradigma em que possamos respeitar a vida seja ela quem for, como for.
Estamos caminhando... Para muitos, o olhar é outro, algumas ciências já não explicam mais, nem mesmo muitas religiões explicam mais, na verdade, elas levantam mais questionamentos do que respostas prontas e acabadas, basta você questionar e redimensionar a maneira de olhar o mundo e isso não é pecado, pelo menos, nesse novo paradigma não deveria ser. Pecado é não poder viver a aventura da reflexão, do questionamento e não se aventurar pelo mar desconhecido dos mais diferentes conhecimentos que vão formando um quebra-cabeça incrível para ser montado. Creio que, a cada novo tempo, e isso demanda séculos, encontramos novos caminhos, abrimos um pouco mais nossa mente para a compreensão do mundo e de nós mesmos nesse vasto universo. Ao longo de todos esses anos, tenho passado um filme sobre o percurso que a humanidade tem construído, é algo maravilhoso para perceber apenas em uma vida, apesar dos pesares humanos.
Sobre um provável pensamento transcendental, devemos voltar no tempo e lá no período paleolítico com o homem de Neandertal, foram descobertos por arqueólogos cemitérios em que foram encontrados homens enterrados em posição fetal e com alguns pertences. Será que esse homem percebeu sua finitude e precisou transcender para dar conta do desamparo, de sua morte e da morte de entes queridos? Por conta disso, logo vamos ter a construção dos mitos, explicações que transcendem o mundo real para a compreensão da vida. Nesse tempo, o homem descobre ou cria a transcendência, assim caminha, por meio de mitos, diferentes crenças e formas para se conectar com o que o transcende. Nascem as religiões, mais tarde, as politeístas, as monoteístas, as filosofias, tudo para dar conta do humano. A cada tempo, um novo conhecimento e uma nova maneira de controlar o humano pelo poder do conhecimento. Mais tarde, nasce uma das mais poderosas igrejas, a Igreja Católica criada por Constantino – inspirada em Jesus, um homem judeu que viveu dentro de uma filosofia – cínico – em sua época e que é morto por levar suas ideias ao povo, principalmente, àqueles que não conheciam ou que não tinham direito à reflexão. Com a fundação da Igreja, o mundo tornou-se Teocêntrico – tudo era feito em nome de Deus, inclusive, as mais duras barbaridades. Foi um longo período de sofrimento, de aniquilação e de grandes descobertas, em contrapartida. Mais tarde, o capital, a livre iniciativa começa a crescer, grandes revoluções sociais, e o homem inverte o paradigma – agora prevalece o antropocentrismo e Deus (creio que o da religião) é morto por psicanalistas, por filósofos, principalmente, pela ciência materialista que o mata. Entretanto, o mudo continua crescendo, se reinventando em tosos os aspectos e, de alguma maneira, tentando ser menos bárbaro, após tanta barbárie cometida. Nascem novas religiões e novas ciências para a compreensão do quem somos nós e uma possível articulação com algo que nos conecta e que nos transcende começa a ser esboçada pela Física Quântica, nasce uma nova compreensão do humano e do mundo. Estamos exatamente nesse ponto de transição, de dualidades, ainda: novas religiões, novas ciências para dar conta do quem somos nós.
Creio que não é mais possível negar nossa dimensão espiritual, uma porção que emana energia, que vibra, uma porção que vai além do nosso cérebro. Algo que possibilita nossa interconexão com outros seres e com o Todo. A energia que move o universo é a mesma que move nossos pensamentos, nossas ações. Essa energia possibilita nossa transcendência, nossas conexões. Somos seres em processo de lapidação – somos diamantes brutos que precisam aprender por meio das relações, para compartilhar da LUZ que emana do universo.
Precisamos desenvolver a espiritualidade por meio de uma educação ética e que propicie a autonomia de pensamento, sem culpa, sem medo, sem castigo, de forma responsável; pois somos cúmplices de todas as ações desencadeadas, e todos já respondemos por isso. Creio que, a partir desse novo século, poderemos avançar nas pesquisas, na nossa reeducação para uma nova sensibilidade e sofisticação para cuidar do humano e começarmos a construção de um mundo mais humanizado.
A síntese que proponho é o estudo multidisciplinar das várias ciências e religiões, para que possamos encontrar os pontos de convergência, a fim de crescermos espiritualmente e  vivermos com ética. Trabalhar, fundamentalmente, na educação com um pensamento alargado, sem barreiras, sem preconceitos, de forma aberta e acolhedora para a construção de um novo paradigma – em que impere um olhar de amor.
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domingo, 22 de janeiro de 2012

TEXTO: A paixão por escrever – um olhar ancorado no Complexo de Édipo


A meu pai Renato (in memoriam) e a minha mãe, Antônia

        Você já parou para pensar por que certas coisas que fazemos exercem tanto fascínio sobre nós? Em qual lugar estão ancorados esses desejos, essas vontades de realizar algo?
        No meu caso, essa magia se dá com a escrita, uma vontade imensa de pôr no papel, de registrar o que penso, o que imagino, o que me incomoda, o que me sensibiliza, o que me irrita, o que me angustia, a minha poesia. A palavra é minha fonte de criação. Busco, então, por meio dessa ferramenta dar forma aos meus pensamentos, brincar com ela.
Desde muito cedo, dei mostras desse meu caminho: gostar de escrever e gostar de ensinar. As duas coisas se juntaram e as Letras entraram em minha vida. Sou professora apaixonada pelas relações de aprendizagem e também por escrever, talvez por isso, registro tudo que considero importante para poder compartilhar com outros esses saberes.
        Dentro da educação, a vida me levou por muitos caminhos e, dentre eles, a necessidade de compreender mais profundamente as fraturas na aprendizagem e a dor que isso causa no outro. Articulei mais um conhecimento à minha rede. A psicopedagogia capturou-me e nos enamoramos pelas questões da aprendizagem. Afinal, estamos aqui por um único motivo: aprender! Nesse tempo, as questões psicanalíticas contribuíram para meu autoconhecimento, e o quanto isso é fundamental ao ser humano – buscar se conhecer, entrar no labirinto de sua psique e navegar por mares nunca dantes navegados.
        Há algum tempo, uma professora e psicopedagoga muito especial, com quem tive o prazer de trabalhar e de estudar, entrou na minha vida. Fui privilegiada ao poder desfrutar de suas experiências e trocar conhecimentos, essencialmente, na área da Inclusão. Um dia, Celma me perguntou por que gostava tanto de escrever. Se já havia pensado no porquê desse desejo, de pôr no papel as coisas que pensava e que criava e por que contagiava tanto as pessoas para descobrirem sua autoria, sua escrita. Lá nasceu Buquê – Aroma de Poesia – poesias criadas pelos alunos da escola TRILHA.
        Recordo-me que, naquele momento, não pude responder, mas essa pergunta me acompanhou em muitos momentos de minha auto-análise, de minha terapia, enfim... Faltava responder a essa questão. Hoje, depois de tanto tempo, levando meus alunos ao prazer por escrever, por criar, precisei compreender melhor esse movimento que exala de minha ação enquanto professora, para responder. Levantei algumas hipóteses, no entanto, nenhuma era tão convincente. Precisei, então, fazer uma viagem à pré-história de minha escrita (Incrível, isso! Material psicanalítico com que trabalho com meus alunos na psicopedagogia e na pedagogia, na área da construção dos processos de leitura e de escrita). Comecei o processo de rastreamento, voltei no tempo. Precisava compreender, de fato, o amor que me levou a essa construção, na verdade, mais do que amor, uma necessidade, assim como respirar.
Lá fomos nós, eu e minha criança que precisava ser resgatada, para me acompanhar nessa valiosa missão. Freud foi meu grande mestre nesse percurso. Comecei a pensar e flashs de um tempo de criança, começaram a brotar em sensações, cheiros, as idiossincrasias! Algumas imagens... Voltei no tempo, e pude me deparar com uma mãe muito zelosa, simples, muito acolhedora, brincava comigo e era dona de uma autoria incrível. Logo, no início dos anos 60. Lembro-me sentada no chão, brincando com letras, minha mãe cozinhando e eu por ali, recortando letras de meu nome, colando em uma folha, formando novas palavras. Tudo parecia ser muito mágico! Minha mãe me elogiava e me incentivava nessa construção das letras, das palavras que brotavam no chão. Logo, aprendi ler e escrever, brincando, num “espaço de confiança” criado com muito carinho e cumplicidade. Winnicott estava certo, a “mãe suficientemente boa” faz uma grande diferença na vida emocional do filho.
Entrei no grupo escolar com sete anos completos e fui contente contar à professora que já sabia ler e escrever. Sua resposta foi um tanto frustrante para a menina: “Agora, você vai aprender ler e escrever aqui, na escola...” Caminho Suave foi, então, o caminho a seguir... Fazer o quê?! Década de 60.
Parecia ter encontrado a resposta à pergunta da Celma, entretanto, algo faltava, não era bem isso que me levava à paixão por escrever. O trabalho de minha mãe foi maravilhoso, mas faltava algo. Lembro- me da imagem de meu pai vindo a todo instante nessa história. Pois, quando sentada ao chão brincando, observava meu pai em uma poltrona. Voltei para mais perto e pude vê-lo lendo seu jornal diário, após o jantar. Veio uma sensação de admiração, de amor. Tudo estava harmonioso e o mundo era perfeito!
Voltei mais um pouco para poder responder a pergunta inicial. Novo flash, minha criança surpreendeu-me, com um olhar aguçado, lembrou-me da letra de meu pai. Se havia algum referencial de escrita e de letra bonita em casa, era a do meu pai!  No entanto, o que me capturava em relação à escrita de meu pai, era sua letra bonita, sim, mas havia algo especial. Aos poucos, fui me dando conta, sua escrita era de amor, amor pela minha mãe, o que ficava registrado em belíssimos cartões que ele escrevia, declarando-se a ela (a mim?). Sua escrita era a expressão do amor! Assim, entrei nesse mundo mágico que a escrita me ofereceu. Queria ser como meu pai: escrever e expressar meu amor pela escrita. Foi o que aconteceu durante muitos anos, na casa com meus pais, passei a escrever os cartões de aniversários, bem como as cartas a parentes e aos amigos. Era fascinante! Queria ser escritora! Ah! Freud!
Minha escrita nasceu do amor e eu havia nascido do amor de ambos. Tudo começou a fazer sentido e minha admiração por meu pai era crescente. Até sua assinatura foi inspiração para a minha, quanto o imitei! Uma maneira de sentir-me admirada por ele.
Minha criança foi investida de muito desejo, de amor. Ela pôde perceber um pai com qualidades que a ajudaram a se estruturar nesse mundo. Freud foi pontual! O Complexo de Édipo traz muitas explicações e/ou implicações sobre nossa pré-história e como é importante navegar por essa história, para que possamos crescer e compreender onde nascem nossos desejos, nossas vontades, nossas fraturas, muitos ancorados em nossa vida pré-natal, na nossa pele, em nosso inconsciente.
O tempo passou, minha escrita ganhou vôos – esteve, a todo tempo, sustentada pelo amor. O Édipo entrou em cena – o amor por meu pai levou-me a construir a vida de forma serena e ética, sentia-me amada e quis presenteá-lo com o que mais admirava nele: sua escrita. Hoje, escrevo diferentes textos acadêmicos, literários, poéticos inspirados pelo amor. Agora posso responder à pergunta da Celma, e entender o texto que uma de minhas alunas me escreveu, ao qual denominou Guardador de palavras:
“Tem muitos jeitos de escrever por aí...
Antigamente, os homens escreviam por desenhos gravados na pedra. Imaginem só como era difícil escrever, mas mesmo assim, escreviam. Hoje, com o incentivo e o desejo da professora Rossana de tornar que seus alunos sejam autores de suas próprias palavras escritas, estou aqui, então, a escrever meu primeiro livro. Não há quem fique perto de Rossana e não seja contagiado pelo desejo de ler e de escrever. É só começarmos a fazer como os grandes autores, que de tudo escrevem! Foi assim que juntando as palavras, uma a uma, consegui escrever a minha história. Para mim, o livro é um guardador de palavras, dos melhores que já se inventou. Quantas coisas dizem, e depois nos esquecemos! Se escrevêssemos tudo, quantos guardadores já teríamos. Foi maravilhoso ter escrito meu primeiro livro.” (Patrícia, 2011)
Agradeço aos Anjos por iluminarem meu caminho e me possibilitarem compartilhar essa paixão: a construção da escrita - com quem passa por mim.

Obrigada, Celma Cenamo!
(in memorian)