SOMOS UMA SÓ PESSOA
“Se as portas da percepção se abrissem, tudo pareceria como é.”
Willian Blake
A vida é um monte de padrões de possibilidades. Possibilidades de quê? De conexões – possibilidades de conexões. Para os físicos, as partículas são dependentes, uma partícula é, essencialmente, um conjunto de relações que se estendem para se conectarem a outras coisas. Conexões de outras coisas, mas que também são conexões e assim por diante.
Na física atômica nunca se tem objetos. A natureza essencial da matéria não está nos objetos, mas nas conexões. Na música, por exemplo, as notas isoladas de um acorde não carregam nada. Portanto, a essência do acorde está nas relações. E a relação entre a duração e a frequência, compõem a melodia. As relações formam a música, as relações formam a matéria.
Música das esferas, como dizia Kepler e Shakespeare, antes dele, e Pitágoras antes dele. Esta visão do Universo feito de harmonia de sons e de relações não é uma descoberta nova. Os físicos estão apenas provando o que chamamos de objeto, átomo, molécula ou partícula, é só uma aproximação, uma metáfora. No nível subatômico, ela se dissolve numa série de conexões, como a música.
-Então, há limites entre você e eu, por exemplo?!
-Somos dois corpos separados, não?! Isso não é ilusão, é?!
-Sim! Quero dizer que há mesmo uma conexão física entre você e eu e entre você e o muro lá, atrás e o ar e este banco. No nível subatômico, há uma troca contínua de matéria e energia. Por exemplo, entre minha mão e esta madeira, entre a madeira e o ar e até entre você e eu! Uma troca real de fótons e elétrons.
No fim das contas, gostemos ou não, somos todos parte de uma teia inseparável de relações: somos um.
Por isso, dizemos que a totalidade do Universo está contida em cada ser. Toda matéria, em qualquer nível concreto, palpável (animal, vegetal, mineral) é constituída de átomos. O átomo compõe a matéria. O átomo é uma partícula divisível em: prótons, nêutrons e elétrons. Os átomos vivem em comunidades chamadas moléculas e dentro dos átomos existe uma quantidade muito grande de energia armazenada. Tudo no universo tem energia, porque tudo é formado por moléculas que contém os átomos e sua energia. Energia é força, é vibração, é atividade, é capacidade de realizar trabalho, é algo que atua e produz efeito.
Nesse sentido, dentro do átomo, as partículas (prótons, nêutrons e elétrons) estão em movimento. Portanto, quando vemos a matéria, vemos um sólido que no nível subatômico é um conjunto de moléculas em vibração que dão a idéia de uma massa uniforme. Na verdade, somos tudo e todos um enxame de átomos. Imagine o Pontilismo, um estilo de pintura, quando olhada bem de perto a pintura, vê-se um amontoado de pontinhos, assim, somos no nível subatômico. De longe, temos a noção do todo, do sólido. Se pudéssemos nos olhar e a tudo que nos cerca por meio de um microscópio gigantesco, veríamos uma infinidade de átomos em vibração, como um grande formigueiro em ação. E o que é mais interessante é a possibilidade dos elétrons saltarem e mudarem de lugar; por isso, trocamos elétrons o tempo todo com tudo e todos, o que nos faz estar em conexão com a vida, a todo tempo. A esse fenômeno, os físicos chamam de salto quântico, mas não é um salto comum de um lugar para o outro simplesmente, o elétron dá o salto sem jamais passar pelo espaço entre eles. Em vez disso, parece que desaparece em um degrau e reaparece no outro de forma inteiramente descontínua. A ocasião em que o elétron dá o salto, e para onde, é acausal e imprevisível, porque a probabilidade e a incerteza governam o salto quântico.
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