Como é difícil a construção de um novo paradigma, de uma nova compreensão sobre o humano e suas relações com a vida. Creio que estamos no “olho do furacão”, uma grande confusão de valores. Teoricamente, temos muita literatura e pesquisas científicas sobre uma nova maneira de compreender o mundo e as relações que estabelecemos com ele. Entretanto, como é difícil por em prática tudo isso. Creio que o século XX, por meio de grandes pesquisadores e cientistas, apresentou-nos as mudanças: Freud, Einstein, Piaget, VygotsKy, Wallon, Jung, Lacan, Maturana e tantos outros. Cabe, então, agora no século XXI, reconhecermos o novo paradigma e colocarmos em ação outra forma de nos relacionarmos com a vida no planeta, seja essa vida de quem for, como for. Meu Deus, somos humanos, e como isso é difícil! É um tremendo salto para a nossa evolução individual e para o todo que nos cerca, precisamos desenvolver nossa espiritualidade por meio da ética.
Caminhar para a evolução esse é nosso objetivo final, penso. Por isso, estamos na educação que deveria ser pioneira para a conquista das mudanças. Porém, está difícil... Precisamos conscientizar nossas crianças e nossos jovens para essa empreitada, quem sabe, eles poderão construir um novo planeta com mais ética, solidariedade, compromisso e respeito à vida. Meus alunos me lembram o tempo todo da des-conexão que enfrentamos na formação: teoria e práxis são antagônicas hoje. No entanto, não podemos continuar repetindo os mesmos movimentos, precisamos crescer e possibilitar fundamentos coerentes e incisivos para que nossos jovens possam redimensionar a educação em nossa sociedade. É preciso promover a reflexão, sempre... Por meio das discussões das novas teorias e das novas descobertas da ciência contemporânea, para isso é preciso sair do lugar comum, de uma educação repetitiva e alienadora, é vital construir a autonomia de pensamento, a autoria e a criatividade, para que todos assumam suas responsabilidades com ética e consciência do respeito ao outro, acima de tudo, educar o espírito. Somos seres espirituais. Será utopia? Será ilusão? Não sei, no entanto é isso que me move enquanto professora que trabalha com formação de professores. Para onde caminhamos? O que podemos fazer? Há momentos de muita dor, de desalento, de sufoco, mas temos uma missão que está além de nossa alma: o compromisso com a divulgação do conhecimento, a única saída para enfrentarmos a vida com dignidade e possibilitarmos a humanização. Onde está nossa bandeira? Onde está nossa coragem? O sonho acabou? Por isso recomendo: perguntem-se todos os dias de suas vidas: “Por que eu quero ser professor?” Não deixe a pergunta calar e caminhe de cabeça erguida, fazendo a diferença nesse país de tantos sofrimentos por conta de ignorância, falta de Luz. Vamos ter cuidado: “Em país de cegos, quem tem um olho é rei”. Para onde caminha, de fato, a nossa educação? São muitas perguntas. O apartheid está instalado, como rever tudo isso de forma ética e humana? Somos todos responsáveis, por isso compete a nós discutir as mudanças. Estamos vivos ou somos zumbis perdidos no limbo da vida?
As mudanças urgem de fato, para que possamos construir um país melhor, uma vida melhor. Isso é possível, desde que a educação se torne a veia desse país. Que todos respirem educação, fundamentalmente, a mídia que exerce tanta influência em nossas vidas, que instigue, que ilumine e possa contribuir positivamente para que a educação seja essencial e não banalizada. Que todos sejam, verdadeiramente, pela educação, para que juntos possamos rever todo esse processo educacional que temos construído ao longo dos séculos.
Excelente escolha para um filme...Não somos apenas observadores da vida, como pensavam ser os cientistas diante de seus experimentos. Somos todos partícipes da grande realidade do Universo.
ResponderExcluirComo participantes, influenciamos e somos influenciados. Servirão os novos paradigmas da Física para a tomada dessa consciência?
Portanto, muito pertinente que a Profª Rossana levante, uma vez mais, a nossa bandeira pela educação. "Rever todo esse processo educacional que temos construído ao longo dos séculos" é uma tarefa complexa...Mas, a senhora indicou a pequena palavra-chave: juntos. Somente juntos poderemos concretizar esta relevante missão.
A educação é essencial à vida de cada um de nós e, fundamentalmente, ao país. Compete a toda sociedade valorizar a educação, verdadeiramente.
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